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O que é Design universal e por que é uma boa maneira de pensar em acessibilidade?

Ilustração retangular com fundo branco. Na parte esquerda e central da imagem há uma porta branca com batente azul claro.
Ilustração retangular com fundo branco. Na parte esquerda e central da imagem há uma porta branca com batente azul claro.


Se você trabalha com a criação de novos produtos, serviços ou espaços públicos, deve pensar na usabilidade desses itens, afinal, quanto mais fáceis de utilizar e acessíveis eles forem, melhor. 

No entanto, poucas são as empresas e órgãos públicos que seguem corretamente as diretrizes do Design Universal, um conjunto de normas criado para desenvolver produtos, serviços e ambientes que possam ser utilizados por todas as pessoas, independente de suas características físicas, capacidades ou limitações.

Você já conhece o conceito de Design Universal? Neste artigo, abordamos seus sete princípios e por que eles são fundamentais para o sucesso de qualquer projeto!

O que é design universal?

O conceito de Design Universal foi desenvolvido por professores de arquitetura da Universidade da Carolina do Norte (EUA), cujo objetivo era definir quais as características necessárias para que um projeto de produtos e ambientes pudesse ser utilizado por todas as pessoas.

Segundo o guia “Desenho Universal e acessibilidade na cidade de São Paulo”, desenvolvido pela Secretaria Municipal da pessoa com deficiência de São Paulo, o objetivo do design universal é a “concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de Tecnologia Assistiva”; conforme a Lei Federal 13.146/15 – Lei Brasileira de Inclusão”.  

Ele não abrange somente as pessoas com deficiência, mas toda a diversidade humana e seus perfis. Por isso, podemos dizer que, utilizando os princípios do desenho universal, automaticamente promovemos a diversidade, a inclusão e também a acessibilidade. 

Os 7 princípios do Design Universal

Conheça os princípios essenciais para deixar qualquer projeto mais acessível.

1. Igualitário – uso equiparável 

É o espaço ou produto que pode ser utilizado por qualquer pessoa, sem a necessidade de apoio ou mudanças. Um exemplo são as portas automáticas, presentes nos shoppings. 

E sabe aquela porta giratória ou com trava automática que é bem pesada? Pois é, elas são um pesadelo para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), também podem se sentir incomodadas com esse modelo, como bem mostra a série “Uma Advogada Extraordinária” (Netflix). Se você ainda não assistiu a essa série, eu recomendo.  

2. Adaptável – uso flexível 

Quando um novo produto, serviço ou ambiente é desenvolvido, o ideal é que os conceitos do design universal sejam considerados desde sua concepção, porém, sabemos que muitos produtos foram criados sem levar isso em conta. 

Por exemplo, um computador mais antigo não possui um software para leitura de tela; é preciso implementar uma ferramenta como o Dosvox para que uma pessoa com deficiência visual possa utilizá-lo. 

Felizmente, com o avanço tecnológico, os computadores e smartphones mais modernos já estão sendo fabricados com a função, o que facilita muito a navegação de pessoas cegas ou com baixa visão.

3. Óbvio – uso simples e intuitivo 

Um dos princípios mais importantes é que ele seja óbvio. Isso mesmo. Que as pessoas consigam entender rapidamente como o produto funciona, independente de sua experiência, conhecimento ou habilidades.

4. Conhecido – informação de fácil percepção 

Quando chegamos a um local desconhecido, buscamos por placas de localização, ou seja, indicações e sinais claros que nos ajudam a reconhecer onde estamos e o que buscamos exatamente. É por isso que todo projeto de design universal deve contemplar também os símbolos de acessibilidade e suas representações em Braille, válidos em qualquer lugar do mundo.

5. Seguro – tolerante ao erro

Todo projeto deve ter seus próprios dispositivos de segurança e ser verificado periodicamente, a fim de evitar acidentes que possam ser causados por falhas humanas. 

O elevador possui um sensor que impede a abertura das portas enquanto ele está em movimento ou quando não estiver parado no respectivo andar. Onde houver escadas, além de respeitar a altura correta dos degraus, é recomendável instalar corrimões nas paredes. O objetivo aqui é sempre minimizar riscos para os usuários. 

6. Sem esforço – baixo esforço físico 

Quer ver outro exemplo claro de como o Desenho Universal facilita muito nosso dia a dia? Quem tem limitações nos movimentos das mãos dificilmente consegue abrir um saco de salgadinho ou usar um abridor de latas comum. Por isso, algumas empresas criaram as embalagens com tarja “abre fácil” e substituíram as latas pela embalagem de papelão, tornando o manuseio desses produtos mais simples para todo mundo.

7. Abrangente – dimensão e espaço para aproximação e uso

O design universal estabelece as dimensões de altura e largura adequadas para que todas as pessoas tenham acesso a um local ou objeto, como, por exemplo, a largura de uma porta para que uma pessoa cadeirante consiga entrar, ou a altura ideal de um armário para uma pessoa com nanismo.

Como aplicar o Design Universal na prática? 

Nas explicações acima, já trouxemos alguns exemplos de adaptações feitas por meio do Design Universal. 

Mas, como dissemos anteriormente, o ideal é que estes princípios sejam incorporados desde a concepção do projeto, para não gerar retrabalho ou prejuízos desnecessários. Se você quer lançar um produto ou serviço do zero, veja algumas recomendações:

1. Produtos

Fazer testes com seu público-alvo é a melhor maneira de descobrir se o seu produto está seguindo as normas do desenho universal.

2. Estabelecimentos comerciais

Criar espaços acessíveis é prioridade. Caso seja uma loja física, deve ter rampas e dimensões adequadas para cadeirantes, por exemplo.

Se for uma loja virtual, é necessário pensar nas imagens e descrições dos produtos. Além disso, o layout deve ser de fácil navegação e com recursos de acessibilidade, como o plugin da Hand Talk, que traduz os textos escritos para a Libras.

3. Eventos e cursos

O design universal permite que todos possam usufruir do seu conteúdo. Alguns recursos básicos são legendas, janela de Libras e estenotipia (legendas em tempo real para acompanhamento de pessoas surdas não alfabetizadas na Língua Brasileira de Sinais), assim como a auto descrição e audiodescrição. Saiba mais sobre acessibilidade em eventos neste outro texto do nosso blog.

4. Campanhas de marketing

 Quer que suas ações de marketing alcancem o maior número de pessoas possível? Invista no design universal em suas campanhas. Além de todos os itens citados acima, não esqueça de incluir o texto alternativo (descrição de imagens) em seus posts nas redes sociais e e-mails.

Benefícios do Design Universal 

Ainda tem dúvidas sobre as vantagens do Design Universal para sua empresa? Abaixo, listamos algumas:

  • Ampliar a receita: como ele é feito para todas as pessoas, você pode conquistar mais clientes e aumentar a rentabilidade do seu negócio. 
  • Oferecer produtos e serviços qualificados e de acordo com a legislação: com o design universal, você aprimora a qualidade dos seus produtos e serviços, já que é necessário seguir um padrão.
  • Melhorar a reputação da empresa: a preocupação com o design universal evidencia que a sua empresa se importa com a inclusão e o bem-estar das pessoas, impulsionando sua imagem no mercado.

Deu para perceber por que o Design Universal é importante não só para sua empresa, mas para a sociedade? 

Então não perca tempo e comece a implementá-lo em seus projetos. E se ainda tiver dúvidas, fale com a Sondery, que tem os especialistas certos para te apoiar!

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