Ícone do site Sondery – Acessibilidade Criativa

O que é leitor de tela e como pessoas com deficiência visual navegam na internet

Foto de fundo branco com a mão de uma pessoa preta segurando um celular branco. Ao redor do celular há uma representação visual de uma onda sonora na cor azul.
Foto de fundo branco com a mão de uma pessoa preta segurando um celular branco. Ao redor do celular há uma representação visual de uma onda sonora na cor azul.


Você sabia que pessoas com deficiência visual acessam a internet? Assim como videntes (pessoas que enxergam), elas fazem buscas em sites, compram em lojas virtuais, mandam mensagens pelo WhatsApp e são ativas nas redes sociais. Quer saber como isso é possível? Vem com a gente.

O que são leitores de tela

Leitor de tela é um software que lê em voz alta e robótica tudo o que está na tela de computadores, tablets e smartphones. Esse software transforma os códigos de sites e imagens em áudio para tornar a navegação de pessoas com alguma deficiência visual na internet possível.

Hoje em dia existem opções de leitores de tela gratuitas e pagas. Os mais usados são: NVDA, JAWS for Windows, Virtual Vision, DOSVOX, Orca (para Linux) e VoiceOver (para Mac). No caso dos smartphones, os que possuem sistema IOS já contam com o leitor de tela VoiceOver de forma nativa, os que possuem sistema Android precisam habilitar o recurso manualmente.

O primeiro leitor de tela começou a ser desenvolvido em 1984 pelo cientista da computação Dr. Jim Thatcher e pelo matemático e pessoa com deficiência visual Jesse Wright, funcionários da IBM, com o objetivo de facilitar o trabalho de informática e com programação de sistemas nos computadores anteriores aos computadores pessoais (PCs), tornando-os mais independentes já que não iriam mais precisar de uma pessoa que enxergasse para dizer se os códigos estavam sendo programados de forma correta ou não. Em 1986 o IBM Screen Reader, um dos primeiros leitores de tela para DOS, foi anunciado. Algum tempo depois foi desenvolvido o IBM Screen Reader/2, dessa vez para PC.

A importância de criar sites e conteúdos acessíveis

Já vamos tirar o elefante da sala logo de cara: Não é porque esses softwares existem que seu site ou loja virtual não precisa ser acessível.

O leitor de tela é um recurso que depende da acessibilidade dos sites, ou seja, se não forem programados seguindo as boas práticas e diretrizes de acessibilidade digital não será capaz de ler o que está na tela de forma correta e eficiente.

Por exemplo: Uma imagem sem descrição ao invés de ser detalhada será lida apenas como “imagem”. 

O mesmo acontece com as redes sociais. Muitas delas já possuem o recurso do texto alternativo, mas ainda não são todas as pessoas que conhecem a funcionalidade. Ou conhecem, mas não sabem como utilizá-la e acabam fazendo uma descrição de imagem de uma forma que mais atrapalha do que ajuda. 

Essa barreira impacta diretamente na decisão de seguir uma marca ou finalizar uma compra não só da pessoa com deficiência visual quanto a de pessoas ao seu redor, com ou sem deficiência, que ficaram sabendo da experiência negativa.

É importante lembrar que quando você for dizer que o conteúdo tem texto alternativo o correto é usar “pra todos verem” e não “pra cego ver”, pois cegueira não é a única deficiência visual existente.

E como eles assistem aos vídeos?

Você já reparou que uma das opções de áudio de plataformas como Netflix e Prime Video é com audiodescrição?

Se você já ouviu, por engano, por curiosidade ou por precisar mesmo do recurso, sabe o que é. Mas se você não sabe, não tem problema. Nós explicamos: A Audiodescrição é um recurso de acessibilidade que traduz em áudio o que está acontecendo na cena.

Infelizmente são raros os vídeos que encontramos na internet que foram gravados com este recurso, pois as plataformas de vídeo ainda não disponibilizam diretamente a opção de múltiplos canais de áudio, como na Netflix (ou na televisão aberta, com a tecla SAP), para que tenhamos um segundo canal de áudio.

Conclusão

A internet precisa ser acessível para que o direito fundamental de acesso para todas as pessoas, como sugere a ONU seja garantido. Segundo a Organização das Nações Unidas, cortar o acesso de uma pessoa à internet, por qualquer motivo que seja, é uma violação do artigo 19, parágrafo 3 º, do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos”.

Agora que todo mundo sabe que pessoas com deficiência visual acessam sim a internet e como fazem isso, esperamos que mais pessoas, agências e empresas criem conteúdos, páginas e lojas virtuais acessíveis, para garantir o acesso a todo mundo, inclusive de pessoas com deficiência visual.

Sair da versão mobile