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A Última Ceia

Foi quando eu vi essa obra de arte em 2011 que eu comecei a me interessar por acessibilidade. Na verdade, pra ser mais exata, foi essa:

Ana, mas que raios de escultura é essa?

O caso é que, pra quem não sabe (e eu também não sabia na época) que a pintura do Da Vinci fica numa parede da igreja Santa Maria delle Grazie. O ingresso te dá direito a 15 minutos dentro do ambiente para apreciar esse pedaço da história da arte. Muito que bem. Estava com meus pais nessa viagem e entramos nesse museu como já havíamos entrado em muitos outros em outras cidades.

Mas eis que lá no cantinho, em uma lateral do espaço, eu percebi que tinha uma escultura em gesso da Última Ceia. E aí eu descobri que era para que pessoas cegas pudessem sentir e conhecer a obra.

BOOM.

Muito provavelmente eu gastei uns 12 dos 15 minutos olhando pra essa escultura.

Primeiro eu me perguntei “porque?” e depois “como?”

  • Por será que esse era o primeiro museu dos 18973913098 que eu tinha visto que tinha isso.
  • Por que não tem isso em …tudo no mundo?
  • como será que os cegos visitaram os outros museus?
  • como visitam outros lugares? viajam? trabalham?
  • como vão a restaurantes? escolhem as roupas? fazem compras?
  • como usam o facebook? twitter? whatsapp?

por que? como? por que? como?

Só que a minha curiosidade não parou por aí. E com pessoas surdas? E com cadeirantes? E com todos os grupos que tem algum tipo de deficiência?

E na minha humilde ignorância do assunto, decidi conhecer mais, estudar mais, entender mais. Buscar as respostas para essas perguntas. Mais do que isso, entender o que eu posso fazer para criar essas respostas. Entender como eles vivenciam a cultura, o consumo e, ao fazer isso, questionar o papel das marcas e da publicidade é um grande interesse pessoal. Chega a ser quase uma missão. É a junção do meu trabalho com o meu ponto de vista.

Fiz um curso de Libras. Fiz um curso de Audiodescrição. Fiz contatos. Conheci pessoas. Tive ideias. E infelizmente muita coisa não saiu do papel por falta de tempo, de empenho, de comprometimento. Mas esse blog veio para tentar mudar isso 🙂

Como só é verdade se tá na internet, o objetivo é mostrar aqui um pouco do que eu aprendi e principalmente buscar novas chances de fazer isso. E pra quem não me conhece, muito prazer:

oi! Meu nome é Ana Clara e o meu sinal é esse.
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